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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Sutileza em “Do outro lado do rio”

O título um tanto vago do filme encerra um quê de poesia lírica mais algumas interrogações. Uma delas é: o quê há do outro lado do rio? A sinopse dá pistas anunciando  “...um pescador embrutecido pelas circunstâncias da vida e o dia a dia com sua filha, uma menina tímida e cheia de sonhos...”. Uma possível resposta poderia ser igualmente lírica, e dourada, como as cores preferenciais do filme: “ – Ora, do outro lado do rio há um paraíso, um lugar tão belo e bom para se morar, sem conflitos nem pieguice que, de lá só faz sentido sair para obrigações devocionais”.   
Se a sinopse funciona como o argumento, no entrecho se desenvolve, à primeira vista, uma história simplista de uma pai e uma filha que, antes de ir à atividade religiosa, circulam pelos principais pontos da capital como para vivenciar outros ares que não aqueles do paraíso. A ida à procissão deverá ter um motivo especial. O homem é bruto, mas, em cena, a brutalidade dele não se explicita.
A serenidade e a meiguice da menina são visíveis e se expressam mais ainda na delicadeza de aceitar a flor oferecida pela vendedora anônima, encantada com o frescor e a graça juvenis e noutro momento, quando da retribuição ao abraço paterno. São dois personagens e um mistério cuja resposta arranjada acima não contempla a pergunta feita. O quê há do outro lado do rio?

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