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Aurora Iorubá

Manifesto 1888
Saibam, pois, filhos dos filhos dos filhos dos meus filhos, enquanto as oportunidades não forem iguais, a nossa cor amaldiçoada e os nossos deuses banidos, o estigma da escravidão ecoará nos tempos através dos corações e mentes dos intolerantes, cuja força invisível será o chicote do preconceito a açoitar nossos corpos e almas, como nestes séculos se praticou, e que nesta data tentam apagar as marcas reais e indeléveis.
A mão que assina esta lei agora, atendendo os interesses da Corte com o reino de Inglaterra e que precisa de trabalhador remunerado para comprar os novos produtos, não providenciou indenização
social e não reparará o estrago moral aos povos africanos trazidos para terras distante dos seus rincões.
A diáspora provocou chagas profundas e dilacerantes, dispersou famílias e destruiu nações, aqui e alhures, submetidas a trabalho forçado. Reis, rainhas e guerreiros subjugados, pagaram preços
altos por não terem armas poderosas e não compreenderem o que se passava com a aproximação dos europeus às costas d’África.
Com a mania de que tudo encontrado no estado natural pode ser propriedade, os europeus se apossaram da nossa gente como se apropriassem de coisas.
A Lei Áurea garante ao escravo uma liberdade. Não a liberdade a ser alcançada. Esta plenitude se dará quando cada homem negro voltar a se sentir dono de si e do seu próprio destino.
Brasil, treze de maio de um mil, oitocentos e oitenta e sempre.
A propósito de 13 de maio.

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